Profeta

 A palavra “profeta” é grega e significa “aquele que fala por alguém”. Profeta é, portanto, a pessoa que fala por Deus, podendo, ou não, predizer o futuro. No hebraico, três são as palavras utilizadas para profeta, a saber: “nabi”(????), “roeh” (???) e “hozeh”????)), palavras que aparecem reunidas em I Cr.29:29. “Nabi” é a palavra mais comum nas Escrituras hebraicas e tem o mesmo significado do grego “profeta”, ou seja, “anunciador”, “declarador”. Já “roeh” e “hozeh” significam “aquele que vê”, ou seja, “vidente”, como está traduzido na versão em língua portuguesa, que era, segundo I Sm.9:9 a antiga denominação dos profetas, querendo com isto dizer aquele que tem uma visão sobrenatural, aquele que Deus dá a enxergar algo que os homens não vêem. Apesar dos esforços dos estudiosos, é difícil estabelecer se havia alguma diferença entre estes termos no início da vida de Israel e, em caso positivo, em que consistiria esta diferença.
- Além disso, os profetas também são identificados no Antigo Testamento como sendo os “homens de Deus” (“‘ish há Elohim”- ??? ?????) (Dt.33:1; Js.14:6; I Sm.2:27; 9:6-8; I Rs.12:22; 13:1), a indicar que eram pessoas escolhidas por Deus para serem Seus mensageiros. O “profeta”, portanto, é alguém escolhido por Deus, um ser humano, mas que era separado pelo Senhor para trazer mensagens ao Seu povo.
- Tanto assim é que somente era reconhecido como “homem de Deus”, como profeta aquele que dissesse algo que se cumprisse, visto que esta era a prova indelével de que tinha sido ele porta-voz de Deus, que é a verdade (Jr.10:10). Eram estas, aliás, as instruções dadas pelo próprio Moisés ao povo (Dt.18:21,22). Este conceito israelita era conhecido até mesmo pelos povos vizinhos, como se verifica no caso da viúva de Zarefate (I Rs.17:23,24).
- Como já dissemos, Deus levantou profetas durante toda a história de Israel. A primeira pessoa que a Bíblia chama de profeta foi o próprio Abraão, de onde seria formada a nação israelita (Gn.20:7). No entanto, o primeiro profeta bíblico não foi Abraão, mas, sim, Enoque, que, ainda antes do dilúvio, teria profetizado a respeito do estabelecimento do reino milenial de Cristo (Jd.14).
- Em seguida, as Escrituras mostram que Deus levantou como profeta a Moisés (Ex.4:15,16), precisamente no instante em que começava a estruturar Israel como uma nação peculiar dentre todos os povos. Moisés, portanto, passa a ser um modelo a ser seguido pelos profetas de Israel, vez que foi ele o legislador, aquele que recebeu de Deus a própria lei, as regras do pacto pelo qual Israel se tornou a propriedade peculiar do Senhor dentre todos os povos.
- Não é sem razão, portanto, que Moisés tenha sido considerado no Antigo Testamento como o maior profeta que Israel tivera (Dt.34:10), pois ele mesmo teria recebido de Deus a própria lei, num relacionamento tão íntimo (e é isto que significa a expressão “cara a cara”) que fizera com que, ao retornar com as tábuas da Lei, o seu rosto brilhasse, refletindo a glória de Deus (Dt.34:29-35).
- A partir de Moisés, Deus sempre levantou profetas no meio do povo, revelando, sempre, qual era a Sua vontade para o povo. Como o próprio Jesus afirmou, o ministério profético somente se encerrou com João Batista (Mt.11:13), quando, então, veio o próprio Senhor, que não era apenas o porta-voz de Deus, mas o próprio Deus conosco (Mt.1:23).
- Os profetas são chamados de anteriores e de posteriores, conforme tenham, ou não, apresentado obras próprias. Assim, são considerados anteriores os profetas cujos ministérios estão registrados nos livros históricos (Samuel, Natã, Gade, Elias e Eliseu, entre outros), enquanto que são denominados de posteriores os profetas que, surgindo no final da história dos reinos já divididos de Israel e de Judá, deixaram escritas suas mensagens em livros próprios. Eles formam a segunda parte dos chamados “Neviim”, ou livros proféticos, começando pelo livro de Isaías e terminando com o livro que congrega os chamados “profetas menores” (na nossa Bíblia, os livros de Oséias até Malaquias).
OBS: Devemos tomar cuidado com a expressão “profetas anteriores”, pois ela também é utilizada pelos muçulmanos. Para os islâmicos, os profetas anteriores são todos aqueles que antecederam a Maomé, inclusive o próprio Jesus.
- Agostinho (354-430), o grande filósofo e teólogo cristão do final da Antigüidade, foi quem criou as expressões “profetas maiores” e “profetas menores” para designar os profetas cujos livros são mais volumosos (Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel) e os demais livros, que são curtos, tão curtos que haviam sido reunidos na versão grega do Antigo Testamento (a Septuaginta) em apenas um livro, que foi chamado de “Dodecapropheton”, ou seja, “Doze Profetas” (Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Ageu, Sofonias, Zacarias e Malaquias).
- Quando se fala em profecia, é preciso distinguir, em primeiro lugar, o sentido que assume esta palavra nas Escrituras, porquanto temos, ao longo da história da salvação, três manifestações distintas sob este nome, a saber, o ofício profético, o ministério profético e o dom espiritual de profecia.
- O ofício profético inicia-se, segundo alguns, com Abraão, que é a primeira pessoa denominada de profeta nas Escrituras (Gn.20:7), mas que, segundo outros estudiosos da Bíblia, foi um ofício iniciado com Enoque, vez que Judas menciona ter ele profetizado (Jd.14). O ofício profético teve como característica principal o da revelação progressiva do plano de Deus para com o homem. O profeta era o porta-voz de Deus, aquele que revelava o desconhecido à humanidade, o propósito divino para a restauração do homem. Neste sentido, o ofício profético durou até João (Mt.11:13), pois, com a vinda de Cristo, o próprio Deus Se revelou ao homem, de forma plena e integral (Hb.1:1). São, pois, totalmente espúrias e sem qualquer respaldo bíblico a aparição de novos profetas, que nada mais são que falsos profetas, como é o caso de Maomé, Joseph Smith, Reverendo Moon e tantos quantos se disserem complementadores da revelação de Cristo ao mundo.
- O ministério profético, por sua vez, foi instituído por Cristo (Ef.4:7,11), para a Igreja, com o propósito de ser o porta-voz de Deus não mais para a revelação do plano de Deus ao homem, mas para trazer mensagens divinas ao Seu povo no sentido de encorajar o povo a se manter fiel à Palavra e para nos fazer lembrar as promessas contidas nas Escrituras. No Novo Testamento, o profeta não irá acrescer nada do que foi revelado e se completou no ministério de Cristo, mas trará informações e palavras que confirmam o que já foi revelado. Ao vermos os profetas do Novo Testamento, sempre verificamos o propósito divino de manter os crentes firmes e certos de que o Senhor está no controle de todas as coisas, para o fim de velar sobre a Sua Palavra para a cumprir. É o que se vê em At.11:28 e 21:11.
- O dom espiritual de profecia, por sua vez, não é, como diz Donald C. Stamps, comentarista da Bíblia de Estudo Pentecostal, “…poder e capacidade de servir na igreja de modo mais permanente…” (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL. Dons espirituais para o crente(estudo bíblico), p.1756), como é o dom ministerial, mas, sim, “…manifestações do Espírito [que se dão] de acordo com a vontade do Espírito([I Co.]12.11), ao surgir a necessidade, e também conforme o anelo do crente na busca dos dons ([I Co.]12.31; 14.1)….” (ibid.). A finalidade do dom espiritual de profecia é a de edificar, consolar e exortar o povo (I Co.14:3,25,26,31), de forma episódica e pontual

Comentários

  1. A PAZ DO SENHOR JESUS,OLHA PRA MIM O AMADO MISSIONARIO DONALD C. STAMPS FOI AQUI NA TERRA UM HOMEM DE DEUS INDISCUTIVEL E DE SABEDORIA INCRIVEL DO ESPIRITO SANTO DEVEMOS RESPEITAR E VIGIAR NAQUILO QUE NOS FALAMOS CONTRA QUALQUER PARTE DE SEU ESTUDO,DEVEMOS ORAR MAIS E NOS SE PREOCUPAR COM ESSE MUNDO PERVERSO QUE ESTA CRESCENDO DENTRO DA NOSSAS IGREJA E INVERTENDO A OS VALORES DA BIBLIA ,PALAVRA DO SENHOR, FICAM NA PAZ DO SENHOR JESUS POR ELE ESTA VOLTANDO E PECADORES NAO ENTRARAM NO REINO DO CEU AMEM DEUS SEJA LOUVADO

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DEUS E FIEL